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quinta-feira, 24 de março de 2011

Uso a razão toda vez que escrevo uma crônica sobre o comportamento amoroso de homens e mulheres. Quem forma opinião deve ter a mente elástica, deve ponderar e selecionar os vocábulos. Mas se tivesse de falar à minha filha, o sermão seria outro. Homem é homem, minha filha. Pau é pau, não confunda. Pau é diversão, como o Palhaço Pirulito que animava suas festinhas, lembra? Ele vinha, fazia aquela algazarra toda, seus olhinhos brilhavam e choravas toda santa vez que ele recebia o ordenado, despintava a cara de pau e saía. Mas ele era um palhaço, minha filha. Tinha de ir embora. Era engraçado, prazeroso, lúdico, eu sei. Mas era um palhaço e fuzarquear era sua única serventia.

Um palhaço vai te acompanhar no pronto-socorro de madrugada e segurar sua mão na hora do benzetacil na bunda? Imagina um palhaço ralando pra botar bife e batata frita na mesa? Palhaço lava o banheiro? Se sua mãe falecer, o palhaço estará no velório a te abraçar forte? Não. Homem é como o papai. O palhaço é um pau. Você desfruta e o deixa ir, sem dedicar um mililitro de lágrima. Combinado?

Um dia você vai se deparar com um homem. E tenha cuidado ao diferenciá-lo dos Palhaços Pirulitos da vida. Se mostre uma mulher de valores fortes e definidos, pois um homem requer ao seu lado um alguém de conduta compatível com a dele. Pessoas que prestam buscam nada menos que pessoas que prestam. Essa é a única verdade que direi à minha filha, sem me preocupar em ter uma visão ponderada e anti machista. Sente em cima, lamba e esfregue na cara quantos paus você quiser, dê sem dó ou restrição, em todas posições possíveis e impossíveis, sempre com camisinha ou exame de HIV em dia. Mas jamais esqueça: todo pau é um palhaço, não um homem. Homem te ama, te cuida, te protege. Homem não te persegue, anda do seu lado. Homem não te abandona.
(Gabito Nunes)


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