(...)
Ele lhe perguntou o que fazia com o que sentia por ela.
- “Guarda”, ela respondeu, com a simplicidade de quem sabe que estas coisas, quando simplesmente existem, não precisam de um alojamento, um lugar, um espaço definido.
Guarda, ela lhe disse, na esperança de que ele levasse seu conselho ao pé da letra, esperando ganhar tempo para encontrar o guardado mais tarde quando tudo fosse possível.
- Onde?
E ela, sem querer saber de pedir, sem querer entender de sofrer, sem querer explicar que o que sentia por ele estava guardado, intenso, represado e inflamável, disse simplesmente:
- “Se não tem espaço, joga fora”.
E nessa hora lembrou de Leminski:
Coração
PRA CIMA
escrito embaixo
FRÁGIL
(...)
(Cláudia Letti)
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