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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Carta para Julieta




“Meu bem,

Se tiver vontade, vem. Se tiver coragem, vem. Se quiser vantagem, vem. Se houver bondade, vem. Se perder a maldade, vem. Se quiser abraços, vem. Se me quiser em pedaços, vem. Se tiver verdade, pode vir também.

Se quiser apreço, vem. Se quiser um começo, vem.  Se sentir saudades, vem. Se quiser loucura, vem. Se quiser um sorriso, vem. Se quiser abrigo, vem. Se quiser um tempo, vem, por favor. Se eu cair no esquecimento, vem. Se quiser chorar, então vem.

Mas se não estiver disposta, então não vem. Não te darei respostas, só consigo te dar questões que vou preencher ao longo desse nosso tempo. Se não gostar da proposta, então não vem. Não te farei subornos, não ligarei para os pormenores, só vou poder me dar por inteiro. Se não quiser se confundir, então não vem. Não te prometo flores, não vou te cansar de amores, mas eu quero mesmo é desalinhar os seus planetas. Se não quiser um drama, então não vem. Que nem mesmo Romeu e Julieta puderam saber seu final se não houvesse um começo, que cartomante alguma pode mostrar os caminhos de história nenhuma se ela não existir.

Se não me quiser por inteiro, não vem. Porque te darei dias melhores, noites piores, posso te dar tudo de mim. Isso tudo é carta confessa da mais sincera promessa que um dia eu fiz. Mas não vem se não quiser perder algo, porque não poderei ser vazio assim.”



(Daniel Bovolento)

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Vem cá, me dá um abraço?!?!?

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