Quando eu era pequenina e espiava o mundo pelas grades do portão,
via sempre um véinho passando, gritando:
- Ói algodão!
- Ói algodão!
Um dia, resolvi sair e pegar a fila das crianças. Fiquei esperando o véinho transformar açúcar em nuvens, açúcar em mágica, em pedaços de carinho.
Quando ficou pronto, mal podia acreditar!
Peguei o algodão nos dedos e perna-pra-te-catar!
Lá de longe, o véinho gritou:
- Ô Ritinha, mas e o dinheeeeeeiro, Ritinha?
Eu virei e respondi:
- Não, vô! Num picisa de dinheiro, não! Só o algodão-doce já tá ótimo! Só o algodão-doce tá bão!
- Ô Ritinha, mas e o dinheeeeeeiro, Ritinha?
Eu virei e respondi:
- Não, vô! Num picisa de dinheiro, não! Só o algodão-doce já tá ótimo! Só o algodão-doce tá bão!
O véinho deu risada e logo respondeu:
- É mesmo, né Ritinha? Só o algodão-doce já tá ótimo! Só o algodão-doce tá bão! "
[Rita Apoena]
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