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segunda-feira, 21 de junho de 2021

“Quem me dera tivesse eu recebido ao nascer o privilégio de um mapa, uma bula, uma bússola, uma receita certinha, o nome do anjo a me guardar.

Quem me dera saber quais dívidas pretéritas a quitar, a posição das pedras dos rios sob meus pés, e como atravessá-los sem escorregar e falhar.
Quem me dera uma estrela guia pra chamar de minha apontando os oásis dos desertos dos caminhos. Quem me dera!
A mim foi ofertada a benção de mais um tempo, a misericórdia do esquecimento, uma intuição caprichada, sentidos aguçados, um olhar amoroso sobre quase tudo e todos, um feixe de esperança, um ramo generoso de coragem para resistir as tempestades, desbravar, tentar acertar...
Sigo experimentando, caindo, levantando, descobrindo em cada batalha uma solução, uma passagem secreta, novas rotas, outros recomeços...
Vou contornando cada pedra, e de tantinho em tantinho avançando
devagarinho...
Meio bruxa, meio santa, meio doida, meio leve, meio brava, meio fel, meio mel... todas em mim!”


(Helena Rapozzo)

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